segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

como se fosse uma newsletter

Oi. Essa é a minha última segunda feira em casa antes de voltar a trabalhar.

Nessas três semanas do início de janeiro, eu aproveitei para ler muito. Não vou falar sobre tudo. Só um pouquinho, vai. Lê aí, não dói nada. Faz carinho na cabeça.

Estou no terço final do livro Contos Completos, de Sérgio Faraco, um escritor gaúcho que talvez não seja tão conhecido nacionalmente. Ele se divide em três partes que são caracterizadas pela temática: a primeira é de contos sobre o povo da fronteira do Rio Grande do Sul. Ele tem um conhecimento vastíssimo do dialeto fronteiriço, o que acaba sendo bem interessante de ler. As histórias são sobre a vida dessas pessoas, geralmente contadas por gaúchos que trabalham com chibo (tráfico de artigos como farinha e roupas da Argentina e Uruguai) e coisa parecida. A segunda parte é toda da perspectiva de uma criança, sendo histórias que me lembraram um pouco o livro Nu, de Botas, de Antonio Prata, também com um narrador infantil com uma visão peculiar de mundo (mas o livro do Antonio é melhor que essa parte). A última parte eu estou começando, é mais urbana e adulta. 

Li muitos artigos também, alguns dos quais eu gostaria de compartilhar (estão em inglês).

How to Be a Bodhisattva, do site Leon's Roar. Apesar de saber que não é necessário só isso para ser um Bodhisattva (uma das "posições" ou "títulos" - não sei a denominação correta - mais altas do budismo), o texto traz ideias muito interessantes sobre amar ao próximo e a si mesmo. Também sobre viver o momento presente e desfrutar o máximo dele. Excelentes ideias para começar o ano. 

Sobre Bodhisattvas e o budismo como um todo, no site do Eduardo Pinheiro, um dos escritores mais interessantes da internet brasileira, na minha opinião, há uma seção de perguntas e respostas excelente. A leitura não é recomendada segundo os conceitos budistas - porque o budismo deve ser ensinado por um mestre em um templo, e não lido como curiosidade na internet -, mas eu fiquei fascinado demais para deixar passar. São explicações de um verdadeiro budista, tentando ser o mais didático possível sobre algo totalmente deturpado quando veio do oriente para o ocidente e que deve ser ensinado somente por professores para alunos realmente comprometidos. Carma ruim, mas um conhecimento incrível. 

Na excelente revista Aeon, o artigo Drugs du jour relata a história do consumo de drogas no século XX, mostrando a relação entre os sintéticos e o momento cultural de cada década, relacionando até mesmo consumo de drogas específicas com classes econômicas, raciais e etc (como a cocaína em Wall Street nos anos 80). Comenta sobre o consumo atual de antidepressivos e estimulantes, incentivado pela indústria farmacêutica através do diagnóstico cada vez mais comum de distúrbio de atenção e depressão em jovens. 

O artigo termina com uma reflexão interessante: antigamente, as drogas eram utilizadas pontualmente, para poder se expressar ou fugir de uma realidade ruim. Atualmente, o consumo de drogas faz parte da rotina e a pessoa precisa para viver na realidade. Um excelente modelo de negócios para a indústria, convenhamos.

Então é isso. Chega por hoje. Vou tentar escrever semanalmente, nos moldes da newsletter do Warren Ellis, que eu descobri recentemente. Só que não vai ser uma newsletter, vai ser um blog mesmo. Por sinal, procurem e assinem. Ele é um quadrinista britânico que sempre recomenda bons artigos e tem reflexões interessantes. Na última edição, ele falou sobre porque está ok acertar um soco em um nazista (uma espécie de meme politizado, algo que eu gostei). 

Tchau

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